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Sobre todas as certezas que já não tenho...
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Hoje não sei mais quem sou, nem quem eu quero ser. As certezas que tanto construí ao longo desses 21 anos foram-se, já não conheço mais nenhum sonho pelo qual sonhei, nenhum desejo pelo qual almejei, nenhuma certeza absoluta que alimentei. Já não sei se sou Bárbara ou se sou Rebeca, talvez até eu seja Patrícia ou nada disso.
Há 10 anos pensava que, hoje, eu seria ''grande'', em vários sentidos. Mas aqui, agora, sentada - não tão confortavelmente nessa cadeira não tão estofada - me sinto pequena, até um grão de areia parece maior, parece imenso e muito mais importante do que a minha existência.
Alguns dizem que a vida é assim, que é normal se sentir pequeno em meio à toda essa imensidão que é o mundo, mas eu discordo, normal não é, normal não pode ser. Só conseguimos fazer coisas grandes - ou nem tão grandes assim, mas grandes para nós, em nossa perspectiva - quando nos sentimos capazes, quando sentimos que a grandeza faz parte de quem nós somos. Ainda assim, esse não é o pior sentimento, a impotência é ruim, mas a dúvida, a incerteza, é pior. Ela corrói, ela enlouquece, ela mata todos os outros sentimentos.
Hoje eu já não quem eu sou, nem quem eu quero ser.