Epifania


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Assim, meio de repente, meio de supetão, meio descalça, meio com uma meia em um pé e outra não...foi assim mesmo que me veio em mente uma revelação.
Você.
Você.
Você.
É...
Assim do nada estive certa e nunca mais certa em minha vida, assim de repente acho que foi o ponto final da obra inteira e finalmente o rabisco que faltava para o desenho se tornar inteligível.
Você e eu.
Eu e você.
Nós.
Tantas dúvidas, muitas. A comparação, a lembrança, a busca, o pensamento no "e se..." e a certeza do "é com você".
Foi revirando o baú das memórias ao mesmo tempo em que trocava palavras em um simples diálogo contigo que tive a epifania da minha vida, do meu amor, do nosso amor.
Assim, do nada, tive certeza, a única, talvez, de que eu tenho que ficar com você, é com você que eu tenho que ficar e nada poderia ser diferente disso porque eu combino contigo, minha cor completa a sua, o meu olhar encontra o seu, a minha piada termina a sua tentativa e a sua piada é aplaudida pelo meu riso. O claquete do fim, me dei conta que não quero grandes revoluções, nem desapegos e brilhantismos, nada de feitos admiráveis de um ser sobrenatural, quero só braços que me carreguem no fim do dia pra um lugar onde o mundo todo parece sorrir. Não preciso de palavras de ordem contra o sistema repressor, não é a luta contra a ideologia dominante que vai preencher a falta de quem eu sou, o mundo melhor se constrói com sorrisos, com amor, com gentileza, com troca, com divergência, com alegria, com união, com tudo aquilo que você faz para mim, com o que você é...
É de você que eu preciso...
É você que completa a minha ausência e ultrapassa minha presença.