o refúgio feliz de rebeca

O medo, a insegurança, a imaturidade...é, eles nos ajudam a desvirtuar o destino. Mesmo que eu, você ou ninguém acredite nesse papo de destino, alguma coisa existe para além dos caminhos tortos e, aparentemente, sem sentido que nossas vidas tomam. É, na verdade, essa ideia de caminhos tortos e coisa e tal é coisa nossa, nós que nos jogamos na imensidão do mundo e nos seguramos, impedimos o nosso destino de acontecer: nosso medo, nossa insegurança, nossa imaturidade; nossos caminhos já mudaram.

A alma sonhadora, inquieta, costuma muito nos presentear com a dúvida, aquela interrogaçãozinha ''e se...'' nos faz viajar para longe. Quando vemos já estamos imaginando o que poderíamos ser hoje se anos atrás tivéssemos feito àquela escolha que nossa covardia nos impediu. Ah, se eu pudesse voltar no tempo. Talvez hoje seria grande, seria eu, saberia quem sou. Talvez tivesse me encontrado, me encaixado e não estaria me perguntando ''e se...''

A mente pode ter os seus mistérios, mas a alma os possui por inteiro.
Talvez seja o medo, a insegurança ou o instinto de defesa. Só que infelizmente parece algo muito maior.
Algo pelo qual é difícil, quiça impossível, lutar contra. A sensação de achar que está certa, de temer, a raiva que dá ao saber, a vontade de fugir ao estar frente a frente.
Bom, tudo isso deve significar alguma coisa. Tem pessoas que não passam uma imagem positivas, outras fazem questão de mostrar ao longo do tempo que apesar da imagem positiva a essência fica distante disso. O ruim da vida é quando você não pode simplesmente retirar essa gente da sua vida, quando você tem que aceita-las, o problema não é nem conviver com elas mas saber que pessoas importantes para você convivem e gostam delas.
A dureza da  vida é viver com alguém que está rodeado por gente mesquinha, mal caráter, preconceituosa e, o pior de tudo, faria de um tudo para te ver pelas costas.

Só eu sei o que passei, só eu sei o que senti, o que ainda sinto, o que tenho passado.
Por mais que você afirme me compreender, nunca atingirá 0,01% daquilo que - de fato - eu tenho sentido. Porque minhas palavras não descrevem 1/4 do sentimento sufocado e do choro engulido em que tenho vivido. Nada se compara à bagunça encontrada em minha mente, gavetas remexidas, juras de amor rasgadas, uma espécie de assalto à mão armada. Fui sequestrada por você. E não consigo mais achar o caminho de volta, você não quer me guiar, seu orgulho é maior do que o amor que você diz sentir por mim.

Eu te pergunto: que espécie de amor é esse?

O ato de dar flores pode ser clichê, mas quando sincero e desmistificado da questão de gênero e de esteriótipos, é, sim, uma das expressões do amor.
Afinal não há nada mais belo do que um germe capaz de se transformar livremente em algo que exprima tamanha doçura, leveza e, ao mesmo tempo, força, do que uma flor.

Prometi para mim que nunca mais choraria por esse motivo.
Prometi a mim mesma que não mais permitiria que alguém me fizesse sentir isso.
Prometi ao mundo que o rosa não mais seria rosa e o amor não seria dor.
Prometi em vão. Como tudo aquilo que todos nós prometemos em toda virada de ano e não cumprimos.

A grande diferença é que essas minhas promessas não dependem só de mim. Não dependem da força de vontade, o que não faltou foi cuidado.
Infelizmente foi só a vida seguindo...
Seguindo bem do jeito que não deveria seguir, bem do jeito mais cruel possível.
Essa criação do romance ocidental mata, aos poucos, muitas pessoas todos os dias. Talvez um dos grandes males da humanidade se encontre aí.

O ser humano tem grandes erros mas a sua derrocada sempre se dá pelo amor.

Assim, meio de repente, meio de supetão, meio descalça, meio com uma meia em um pé e outra não...foi assim mesmo que me veio em mente uma revelação.
Você.
Você.
Você.
É...
Assim do nada estive certa e nunca mais certa em minha vida, assim de repente acho que foi o ponto final da obra inteira e finalmente o rabisco que faltava para o desenho se tornar inteligível.
Você e eu.
Eu e você.
Nós.
Tantas dúvidas, muitas. A comparação, a lembrança, a busca, o pensamento no "e se..." e a certeza do "é com você".
Foi revirando o baú das memórias ao mesmo tempo em que trocava palavras em um simples diálogo contigo que tive a epifania da minha vida, do meu amor, do nosso amor.
Assim, do nada, tive certeza, a única, talvez, de que eu tenho que ficar com você, é com você que eu tenho que ficar e nada poderia ser diferente disso porque eu combino contigo, minha cor completa a sua, o meu olhar encontra o seu, a minha piada termina a sua tentativa e a sua piada é aplaudida pelo meu riso. O claquete do fim, me dei conta que não quero grandes revoluções, nem desapegos e brilhantismos, nada de feitos admiráveis de um ser sobrenatural, quero só braços que me carreguem no fim do dia pra um lugar onde o mundo todo parece sorrir. Não preciso de palavras de ordem contra o sistema repressor, não é a luta contra a ideologia dominante que vai preencher a falta de quem eu sou, o mundo melhor se constrói com sorrisos, com amor, com gentileza, com troca, com divergência, com alegria, com união, com tudo aquilo que você faz para mim, com o que você é...
É de você que eu preciso...
É você que completa a minha ausência e ultrapassa minha presença.