Com certeza...
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Ela me perguntou se eu estava bem, eu nem sabia responder. Apenas continuei andando e ignorei qualquer interrogação que me viesse à mente ou aos ouvidos, não quis pensar, não quis complicar, não quis me encontrar. Só foi mais uma viagem ao centro do problema, ou melhor, dos problemas, até porque nunca aparece um só problema, parece que eles gostam de companhia, vem sempre todos juntinhos e emaranhados na mesma confusão.
Eu me perguntei se estava bem, ainda não sabia responder. Dessa vez fiquei parada e observei todas as interrogações, todas as possibilidades e pessoas, tentei pensar e descomplicar, finalmente ansiava me encontrar mas não consegui.
Cansei das perguntas "tudo bem?", eu nunca mais saberia respondê-las mesmo, desnecessárias na minha vida e inúteis no meu encontro, digo, desencontro.
Talvez a solução fosse seguir caminhando, afinal não é nem uma solução, é só a única opção. Talvez o ir andando mostre-me um dia o que procuro e a resposta para a pergunta "tudo bem?". Talvez não são interrogações que vão resolver os meus problemas e sim afirmações, talvez não, com certeza.