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uma coisa que eu gosto de fazer é olhar o movimento da cidade durante a noite/madrugada, obsevar as nuvens ou estrelas no céu escuro, ouvir o som do vento ou o silêncio doce da cidade adormecida.
a velocidade de São Paulo se reduz, as luzes concetram-se em alguns apartamentos, não há pessoas caminhando desesperadas, e são poucos os carros em movimento.
o gostoso ao observar tudo isso é a sensação que sinto, como se a vida se concentra-se um momento só para representar que todos possuem as mesmas necessidades básicas. E diante da calmaria da madrugada, ninguém tenta ser superior nem maldoso, são apenas pessoas com as mesmas fragilidades e confusão de sentimentos, pessoas que possuem uma família ou não, que tem uma vida pessoal contrapondo-se àquela que demonstram perante a sociedade. E nesse momento de descanso todos parecem iguais. É aí que eu noto, em prédios ao redor do meu, que alguns apartamentos tem luzes acessas já outros estão no breu, alguns estão com as janelas abertas outros já as fecharam, uns aparentam ter uma televisão ligada e pessoas acordadas enquanto muitos parecem que estão viajando nos sonhos.
Acho que estava errada, não são iguais.
Todos possuem semelhanças e diferenças, são únicos. Literalmente, são únicos mesmo, sozinhos e solitários, possuem aquilo que chamamos de "amor próprio" e querem alcançar algum objetivo em suas vidas. Essas pessoas caminham sós sobre as calçadas, dirigindo-se a locais que somente elas sabem, buscando realizações que só a elas fazem sentido. Algum dia tiveram que fazer escolhas e enfrentaram desafios sem ajuda alguma, se libertaram de seus atingos amigos e dos seus protetores pais para viveram no mundo real, encararam situações medonhas solitariamente e puderam no final dizer: consegui. Talvez algumas não tenham alcançado o que buscaram mas todas conquistaram o mais importante que é a coragem e a liberdade.